quinta-feira, 27 de outubro de 2016

EDI RIBEIRO É ATRAÇÃO DO PALCO ABERTO

NO LINDA MASCARENHAS. Trazendo na veia a vertente do baião, músico apresenta nordestinidade, mas com toque ‘guitarrado’

Matéria publicada na Gazeta de Alagoas


É no baião que Edi Ribeiro se encontra. Tanto que é por aí mesmo ele vem trilhando seu caminho – e é se segurando no talvez mais nordestino dos ritmos que o alagoano sobe ao palco hoje, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, a partir das 20h, como parte do projeto Palco Aberto. Por lá, ele apresenta o show Eu no baião de dois, mesmo nome do CD que se prepara para lançar. 

A apresentação, assim como o disco, é um encontro com o Nordeste. Mais ainda: com dois dos maiores ícones da região conhecida não só por suas belas praias, mas também por seu povo, pelo sertanejo arretado que leva adiante a esperança mesmo em meio às dificuldades. Foi pensando em Luiz Gonzaga e Dominguinhos que Edi se inspirou para levar adiante a proposta. “Quando pensei o disco, foi tendo em mente os dois ícones da música nordestina, que são Luiz Gonzaga, com a sanfona mais frenética e o fole que era a característica dele, e o Dominguinhos, muito conduzido pela harmonia da música, com essa vertente mais jazzística dentro do forró. O título também é abrangente, já que gosto muito de música instrumental e queria explorar um pouco isso”. 

Mas o cantor e compositor vai um pouquinho além. Não fica só na homenagem aos mestres. Com sua guitarra, leva o baião – e não só ele – a outros terrenos. Puxa aí também o forró, o boi, o coco de roda. “Comecei a prestar atenção no molejo da sanfona e a pensar em como eu poderia trabalhar isso com a sonoridade da guitarra, colocando ela num formato mais simples, limpa, com uma nuance mais voltada para o jazz”.

É por isso mesmo que, no show, ele sobe ao palco num power trio, com guitarra, claro, mas também bateria e contrabaixo. Tudo isso, diz ele, na tentativa de “fazer os floreios da sanfona”. É, como o próprio Edi coloca, desafiador. A mesma palavra ele usa para definir todo o processo de produção e gravação do álbum, que ele arca com recursos próprios e deve lançar de maneira independente.
 

O disco é o primeiro da carreira solo. Antes dela, ele era parte do grupo Cumbuca, fundado nos anos 2000 para levar adiante a musicalidade regional. Depois de algumas formações, a banda acabou se separando – cada um tocando suas próprias tarefas –, mas o cantor e compositor, acostumado a fazer a maioria das letras e arranjos, estava decidido a levar adiante o ofício. “Em 2008 resolvemos dar um intervalo e cada componente foi se dedicar a outra história. Como eu fazia a maioria das letras e dos arranjos, fiquei pensando em como dar continuidade, então montei esse projeto. Continuei e ganhei os Festival da Ufal, em 2009, com Segredo da vida, que está no disco”, revela o músico, que também ficou na segunda colocação no segundo festival.

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